Os pré-socráticos, desenvolviam as suas buscas sobre o que definiam como " Physis", ou seja, o todo, que manifestava-se parcialmente através do plano físico. Através da observação dos fenómenos naturais, teciam seus conceitos sobre uma "realidade da physis", ou como a mesma manifestara o seu princípio, a sua essência diante, dos sentidos. Estabelece-se ai então um rompimento com a explicação tradicional mítica, que discorre suas questões sobre a explicação do "ser", sobre os motivos oriundos da existência, com a imagem dos deuses e a narrativa dos relacionamentos sexuais entre eles, fazendo alusões metafóricas de tais deuses a atributos humanos ( por exemplo Eros, que representara o amor) como motivo. Tal rompimento é definido pela fato de que a explicação mitológica, não precisa ser, comprovada por um raciocínio lógico, não necessita de um fator que os pré-socráticos considerariam fundamental para se construir um conceito, o "logos", a construção racional do pensamento. Segundo Heráclito, que viera da escola Jônica, a realidade da physis, poderia ser traduzida para a absorção sensível, pelo fogo, devido a ideia de transformação, de constante movimento que o mesmo representa, e o cessar da queima, da transformação, da mobilidade, representa o cessar do mesmo, por isso traduz o fogo como uma representação da realidade existencial, que para Heráclito é o movimento, a mudança. Ao falar que " Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo" (HERACLITO. In Os pré-socráticos, 1989,p.60), esta constatando que o nem o homem e nem o rio são os mesmo, devido constante mudança, transformação pela qual passam. Já para Parmênides, o movimento não pode ser a realidade, devido ao fato de que o todo, precisa possuir uma característica essencial, precisa ser inalterável, pois aquilo que é móvel, é mutável, não pode deter atributos próprios. E ao afirmar que; " Necessário é dizer que o ente é; pois é ser, e o nada não é. ( PARMÊNIDES. IN os pré-socráticos, 1989 p.88) Parmenidês atesta que o todo, ou seja a Physis, precisa deter característica, não só isso, mas essas características precisam estar no todo. Com esse pensamento, define o éter como a "realidade da Physis", pois é o elemento que existe no todo, ou em tudo. Concebendo o éter como característica do todo.
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